Gus NO AR: agosto 2016

Aquilo era dezembro de 1994. Naquela época dezembro era calor. E quem usa "naquela época" em seu texto certamente só pode trazer à tona um assunto nostálgico.
Aquele dezembro de 1994 marcou o início da minha história no meio musical. Sim, pois foi quando tive minha primeira aula de bateria. O professor era "um piá filho dum amigo meu". Frase dita pelo meu pai. Eu nem imaginava quem era o amigo dele. Muito menos o filho cabeludo roqueiro que ia me dar aula. E pouco interessava, pois eu queria aprender. E naquela época, com 14 anos, eu já tinha uma convicção que carrego comigo até hoje:
quando a gente quer aprender QUALQUER UM ensina. Mas se a gente não quer aprender, bom, NINGUÉM vai nos ensinar.
Dezembro de 1994, 14 anos de idade, primeira aula de bateria e eu queria aprender. Março de 1995, umas 8 aulas depois, toquei meu primeiro baile. Foi lá em Vera Cruz, no CTG Candeeiro da Amizade. Três meses de aulas e eu já tocava um baile. Dali por diante muita coisa aconteceu. Na música e fora dela. Minha vida deu incontáveis voltas e mais de 21 anos depois (21 anos e 8 meses), graças ao meu trabalho atual, tive a oportunidade de visitar "um prédio antigo" da cidade. Nessa visita, lembrei da época em que eu tinha 14 anos e só queria tocar bateria. Época boa...
Quando entrei na minha antiga sala de aula, onde tive meu primeiro contato com a bateria, me lembrei de muita coisa. Uma em especial. Foi uma frase que minha prima (a Miele, de Santa Maria) disse:
"Se eu falto um ensaio, eu sinto. Se eu falto dois ensaios, o público sente."
Ouvi aquilo como um: "te esforça, te dedica e nunca deixa de ensaiar". Trago isso até hoje comigo. Não ensaio mais, mas faço muitas outras coisas. E sempre tento fazer da melhor maneira, pois não quero que "o público" sinta que estou despreparado. Se consigo, não sei. Mas sei que tento, e isso me basta. Saber que faço o meu melhor é o que me deixa tranquilo. É isso que me faz ignorar algumas críticas infundadas. É isso que me faz ouvir críticas fundamentadas. É isso...