Já toquei em muitos lugares por esse Rio Grande do Sul afora.
Alguns muito legais, outros nem tanto.
Falar de local
de baile é uma coisa muito perigosa. Deixa eu explicar. Imaginem a situação: eu
saio de casa para trabalhar em um local sem segurança, cheio de bêbados (e
bêbadas), gente feia, palco abafado, banheiros imundos, repertório ruim, cachê
baixo, dia ruim horário pior ainda, enfim, tudo de ruim. Essa é minha visão do
baile. Sabe o que me assusta? É saber que muita gente espera o final de semana
pra ir a esse lugar! Entendem a delicadeza da situação? Eu ia tocar porque
precisava, era minha obrigação; mas tinha gente que ia lá por livre escolha!
Em qualquer roda de papo entre músicos, quando surge o assunto dos
lugares ruins de tocar, rolam umas unanimidades. Tô doido pra citar os nomes
das casas, mas não posso. Seria muita sacanagem. Posso dizer que Santa Cruz tem
casas lindas, ambientes muito bons pra gente trabalhar. Mas também tem cada
boca braba, cada biboca maluca. Em Cachoeira do Sul toquei em um “inferninho”
daqueles! O palco era mínimo. A banda tinha 8 músicos, mas só cabiam 3. Se
alguém ficasse na ponta dos pés encostava a cabeça no forro. No meio do baile
passavam uns ratos pelo palco. Lotada, a casa aceitava umas 45 pessoas (mas
LOTADA). Todo o ambiente era mais ou menos do tamanho do meu quarto. Lembram do
antigo (muito ANTIGO) Bodega, quando ainda era lá no shopping? A casa é menor
que o Bodega velho.
Em Encruzilhada do Sul tem uma casa de bailes antiga e famosa pelas
jantas servidas pela anfitriã. A primeira vez que fui lá, ainda na década de
90, fui muito bem recomendado por outros músicos que disseram pra gente levar
um lanche reforçado. A gente não levou. Na hora da janta, ela (a dona do local)
veio com uma MEGA panela! Acho que nunca vi uma panela tão grande. Tinhas mais
uns 3 ajudando ela a carregar. A gente se olhou e achou estranho. Quando ela
abriu foi tri massa: era um arroz com carne moída, sabe? Tri bonito! Dae o
primeiro tibúrço se serviu; o segundo também. E veio a desagrável constatação:
era TUDO arroz, com um molho de carne moída jogado por cima. Ou seja, a lenda
não era mentira! A gente jantou arroz com refri.
Bom, mas vou parar de falar mal dos lugares onde toquei. Antes,
porém, preciso dizer que esse acabou sendo um dos grandes fatores pra que eu
parasse de tocar: as bibocas. A propósito, prometo um post especial sobre os
motivos que me levaram a parar de tocar.
Antes disso, segue uma tirinha do Vado, que ilustra bem esse lance
todo que falei. (Saibam que existe, sim, lugar como esse que o Vado está
prestes a entrar.)
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