A vida da gente é feita de ciclos, de momentos e de uma coisa muito importante: do convívio com as pessoas. E em fevereiro de 2009 eu comecei a conviver com as pessoas que fizeram e que fazem o Colégio Auxiliadora. E no CNSA tem muita gente boa. E teve muita gente boa. Nos meus três primeiros anos de Auxiliadora (de 2009 a 2011), tive o prazer e a felicidade, além da sorte, de trabalhar com uma equipe diretiva competente, profissional, ativa, afetiva, compreensiva e inteligente, formada por verdadeiras educadoras. Era um tempo bom, em que todos iam para o colégio com gosto, com prazer! A direção confiava na gente, pensava as ações com maestria e nos dava as diretrizes para o trabalho. E a equipe (professores e funcionários) era o retrato dessa direção maravilhosa formada pela irmã Sonia, pela Vivi e pela irmã Sayonara. Não posso deixar de citar a Carol, a Maira e, mais tarde, a Pati. E nesse momento do meu agradecimento, faço questão de chamar as pessoas por seus apelidos, porque verdadeiros educadores não precisam se esconder atrás de pronomes de tratamento para conquistar o respeito de seus educandos.
Se não fosse pela equipe diretiva que assumiu em 2009, eu jamais teria começado minha carreira. Admiro a coragem delas ao contratarem um professor novo, jovem, integrante de uma banda e com experiência zero em escolas. Eu me lembro muito bem da Vivi me ligando e dizendo: “a gente vai apostar em ti”. Espero que a aposta tenha valido a pena, Vivi.
E especialmente para a Vivi, eu agradeço pelos inúmeros conselhos (inúmeros MESMO) e pelos puxões de orelha. Ela sempre me orientou, me corrigiu e me mostrou um caminho muito legal nesse mundo da educação. Sem dúvida, foi a pessoa que mais ajudou na minha formação profissional. Acho que foi a maior perda do CNSA. Ela era a base emocional, racional e estratégica do Colégio.
Agradeço a duas pessoas especiais: Sônia e Sayonara. As duas sempre confiaram no meu trabalho e deram carta branca para a realização dos meus projetos, por mais malucos que eles pudessem parecer. Nunca se arrependeram de me dar essa liberdade. Sempre entenderam que tudo era feito para o bem dos alunos. Nesse sentido, nunca mediram esforços para manter um grupo de professores qualificados e preparados. Mesmo que, para isso, precisassem investir, trazendo professores de outras cidades para trabalhar. Baita visão! Baita coração!
Agradeço à Maira e à Carol Kipper pela paciência que ambas tiveram comigo. Elas nunca disseram nada, mas não deve ter sido fácil.
Um agradecimento especial aos colegas de trabalho. Professores e funcionários do Auxiliadora, graças ao convívio com vocês, o dia a dia sempre foi muito agradável. Um muito obrigado todo especial aos que, até meu último dia de colégio, apoiaram minha decisão e entenderam os motivos que fizeram com que eu pedisse pra sair. Essa união é que faz de vocês, colegas, pessoas especiais. Não vou citar nomes, pois quem realmente se importa comigo sabe que seu nome pode não aparecer aqui, mas que todos os colegas especiais estão, pra sempre, no meu coração.
Dedico essa parte aos meus queridos alunos (sim, serão meus ETERNOS alunos).
Gurizada, eu poderia citar aqui o nome de cada um de vocês. Desde 2009 até hoje! Mas ocuparia muito espaço! Então, prefiro não citar nomes, mas sim, chamá-los do apelido carinhoso que vocês já conhecem: Tiburcinhos!
Tiburcinhos do meu coração, não quero que se sintam abandonados. Não desisti. Nunca fiz isso e não seria agora, pois sei que todos precisam de força pra superar tantas mudanças. Vocês sabem que a situação estava cada vez mais complicada pra mim. Por mais que eu goste de todos (e eu gosto muito), não conseguia ensinar como vocês realmente merecem.
Sou professor porque eu quero! Amo dar aulas e amo cada um de vocês! Mesmo quando eu fazia provas difíceis, quando dava listas enormes de tema, trabalhos quilométricos e também quando eu tirava ponto de vocês, não estava fazendo isso pra prejudicá-los. Sempre exigi o máximo de cada um porque não queria que vocês fossem medíocres. Queria que vocês tivessem competência para entrar no mercado de trabalho e para conquistar um lugar ao sol!
Talvez vocês escutem muitas coisas, mas quero que saibam que só saí do Auxiliadora porque não tinha mais a liberdade que sempre tive para ajudar na formação de vocês. Repito: vão falar muitas coisas pra vocês! Espero que vocês nunca se esqueçam das nossas aulas. Com certeza, o que eu tentei ensinar pra vocês vai ser maior do que as falas que vocês poderão ouvir.
Vamos guardar na lembrança cada dificuldade superada, cada ensinamento, cada aprendizado, cada foto, cada piada (mesmo aquelas totalmente sem graça), cada abraço, cada sorriso, cada lágrima... é isso que realmente interessa! Continuem sendo vocês mesmos! Não deixem que as convicções de vocês se abalem por causa de ordens absurdas! Não deixem que acabem com os sonhos de vocês!
Queridos Tiburcinhos, agora, vocês precisam abrir os corações para receber a pessoa que vai ter o privilégio de conviver com vocês. Saibam que vocês são especiais. O brilho dos olhos de vocês ilumina qualquer um que realmente queira trabalhar. Deus é justo e sabe o que faz. Tenho a certeza de que terão uma pessoa muito especial trabalhando Matemática com vocês a partir de agora. Aproveitem, pois as renovações são saudáveis e às vezes a gente deixa de crescer por medo de mudar. Falo especificamente da nova professora de Matemática. Ela é especial, caso contrário não estaria dando aula pra vocês. Deixo um abraço (sim, um abraço) bem apertado em cada um dos meus alunos. Um beijão no coração de todos! Saibam que o tempo vai passar e eu jamais vou esquecê-los. Posso, sei lá, esquecer um ou outro nome, mas jamais esquecerei o que foi dar aula pra vocês. Sigam suas vidas cantando e dançando, sorrindo e chorando, falando e calando... cada coisa em seu devido momento! Exatamente como eram nossas aulas!
Besos in your corazones! (Só os fortes entenderão... hehehe)
Um agradecimento super especial aos pais dos alunos (dos atuais e de todos os que passaram pelo Auxiliadora nesse tempo). Obrigado por confiarem a educação de seus filhos à escola que trabalhei. Espero, de verdade, ter feito a minha parte. Só estou saindo por acreditar que, dadas as circunstâncias, eu não estava mais correspondendo também à expectativa de vocês. Pais, mães, responsáveis, abracem seus filhos! Eles vão agradecer pelo resto da vida!
Pra encerrar, quero ressaltar que pedi demissão por estar descontente com inúmeras situações no colégio atual. Não tenho outra proposta de trabalho. Que isso fique bem claro.
Um abraço a todos!
Espero reencontrá-los pelas salas de aula da vida...
Gustavo Rodrigues – professor de Matemática
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